No contexto daquilo que tem vindo a ser afirmado publicamente desde há alguns dias, quer por parte do Grupo VITA, quer por parte da ex-Comissão Independente (CI), vimos por este meio referir que o Grupo VITA mantém tudo aquilo que já foi referido anteriormente, e que demonstrou de forma factual. As informações da CI não têm, assim, elementos novos.
O Grupo VITA tem como principal missão a escuta e o apoio das vítimas de abuso sexual no contexto da Igreja Católica em Portugal e tem por todas o maior respeito. Repudiamos veementemente qualquer tentativa por parte da CI em sugerir o contrário.
No que respeita à validação das situações que a CI afirma ter feito, e de acordo com a boa prática, consideramos que tal não é passível de ser feito com rigor apenas com base em relatos escritos anónimos. A validação de um relato (ou, dito de outra forma, a avaliação da sua credibilidade) exige uma avaliação aprofundada, apenas possível com uma ou mais entrevistas presenciais, tal como definido em protocolos de avaliação forense nacionais e internacionais.
Contrariamente ao que afirma a CI, o Grupo VITA não deu a entender que as vítimas não tenham existido ou que tenham manipulado os questionários, fornecendo falsas alegações. Trata-se de uma manipulação textual que o Grupo VITA repudia veementemente, O que o Grupo VITA afirmou, e reitera, é que tem conhecimento de pessoas que apresentaram falsas alegações, como forma de testar o sistema. Sabemos, ainda, que o mesmo aconteceu noutros países. Evidentemente que isto não retira valor ao estudo que a CI realizou, mas a existência destas situações exige da parte de todos um cuidado acrescido nos processos de avaliação.
Por fim, salientar novamente que as pessoas que já partilharam a sua situação com o Grupo VITA ou com a Igreja não terão de a repetir, na medida em que está devidamente documentada. Nas restantes situações, e na ausência de qualquer documentação, as vítimas terão necessariamente de ser questionadas sobre a sua vivência abusiva.
Esperamos que estes esclarecimentos possam ajudar de alguma forma a que todos se recentrem no essencial – escutar e apoiar todas as vítimas de abuso sexual.
O Grupo VITA pode ser contactado através da linha de atendimento telefónico (91 509 0000) ou do formulário para sinalizações, já disponível no site www.grupovita.pt. Pode ainda acompanhar todas as iniciativas e trabalho desenvolvido pelo Grupo VITA no facebook/grupovita e instagram/@grupovita2023.
Lisboa, 20 de setembro de 2024.
A Coordenadora do Grupo VITA,
Rute Agulhas